Évora Poética!
Donzela Cristã qu' outrora foi Moira.
Mãe, Senhora de mil encantos,
mil suspiros ... aia pagã!
Embrenhada à solidão dum novo-tempo,
sussura pelos cantos
a ausência do bem-amado ...
Na calada da noite,
busca aquele que se perdera outrora
entre ciprestes!
Amado jaz sepultado em Coração incógnito,
vagueando por aí, vivendo ao Deus-dará!
Oh Évora encantada!
Évora sanguinea que minhas veias percorres!
Assim te canto em meus versos!
Assim te faço imortal!
Assim te toca a minh'Alma!
E ao passear-te p'la penumbra,
no rescaldo das Idades ... sinto-te ainda,
em cada madrugada; menina e moça
de boca sinuosa, Florbela Espanca!
Ricardo Louro
(à doce Évora que se funde nos intemporais versos de Florbela Espanca ... em memória da própria Florbela Espanca, que no fundo, é a doce Évora de que vos falo em meus versos.)
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