sexta-feira, 26 de outubro de 2012

"Auto da Barca do Inferno" no Teatro Garcia de Resende




Produção da Companhia de Teatro de Braga
Dia 26 de Outubro em cena no Teatro Garcia de Resende

Sessões às 15h00 (para grupos escolares)
e às 21h30 (para o público em geral)
  
7 tentativas | 2 portas para entrar no paraíso
  
Se Gil vicente é reconhecidamente o fundador da dramaturgia portuguesa é, também, pela natureza das suas funções e antes do tempo, o primeiro encenador português, no conceito moderno do termo. Na passagem para a renascença ia implícita na ideia de autor, a ideia da realização verbal e plástica. E Gil Vicente era, segundo alguns, "director de espectáculos e contra-regra das festas da Corte". Tal significa que trabalhou com elementos não-verbais do teatro. É factual que essa função implicava a organização de eventos.
  
Sinto, nesta volta a Gil Vicente, uma força que emana do jogo de palavras, da teatralidade que subjaz ao corpo dos actores. Uma energia que puxa para a liberdade de criação, liberta pela palavra e pelo corpo. Há uma teatralidade na Palavra Vicentina. E isso implica um ritmo próprio, um tempo único e um espaço (digo aqui dimensão do mesmo, distância entre elementos cénicos fundamentais, entre os actores). E a procura criativa sobre esta conjugação de Unidades gera, em si mesmo, um léxico que é preciso descobrir em Gil Vicente.
Há cada vez mais para "Descobrir" e muito para "Compreender" na Obra e no Autor. E se é verdade que Gil Vicente, tal como Dante, se deleitava mais em condenar do que em salvar, é verdade que a mais significativa da "chamada Trilogia das Barcas" é exactamente a do Inferno, o que não deixa de ser ainda mais estimulante.
E se os Autos eram representados na Corte por alturas Festivas: Casamentos, baptizados... como "entender" este Auto de Cadáveres?

Rui Madeira
  
SINOPSE:
Será que a maledicência, o orgulho, a usura, a concupiscência, a venalidade, a petulância, o fundamentalismo, a inveja, a mesquinhez, o falso moralismo cristão...têm entrada directa no Paraíso? Ou terão de passar pelo Purgatório? Ou vão directamente ao Inferno? E a pé, de pulo ou voo? 
Aliás, onde fica e como designamos o Lugar onde estamos? E que paraíso buscamos?
Uma revisão da CTB, em demanda da modernidade sobre o texto Vicentino e o prazer do jogo teatral.
Um espectáculo sobre a nossa memória identitária.
  
FICHA ARTÍSTICA:
Autor: Gil Vicente
Encenador: Rui Madeira
Actores: Alexandre sá, André Laires, Carlos Feio, Giovana Sgarbi, Jaime soares, Rogério Boane e Solange sá
Figurinos: Sílvia Alves
Desenho de Luz: Fred Rompante
Espaço Cénico: Rui Madeira
Desenho de Som: Pedro Pinto
Fotografia: Manuel Correia, Paulo Nogueira
Grafismo: Carlos Sampaio
  
Organização: Cendrev- Centro Dramático de Évora, no âmbito da Rede "CULTURBE - um projecto que reúne Braga, Coimbra e Évora


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