Produção da Companhia de Teatro de Braga
Dia 26 de Outubro em cena no Teatro Garcia de Resende
Sessões às 15h00 (para grupos escolares)
e às 21h30 (para o público em geral)
7 tentativas | 2 portas para entrar no paraíso
Se Gil vicente é reconhecidamente o fundador da dramaturgia portuguesa é, também, pela natureza das suas funções e antes do tempo, o primeiro encenador português, no conceito moderno do termo. Na passagem para a renascença ia implícita na ideia de autor, a ideia da realização verbal e plástica. E Gil Vicente era, segundo alguns, "director de espectáculos e contra-regra das festas da Corte". Tal significa que trabalhou com elementos não-verbais do teatro. É factual que essa função implicava a organização de eventos.
Sinto, nesta volta a Gil Vicente, uma força que emana do jogo de palavras, da teatralidade que subjaz ao corpo dos actores. Uma energia que puxa para a liberdade de criação, liberta pela palavra e pelo corpo. Há uma teatralidade na Palavra Vicentina. E isso implica um ritmo próprio, um tempo único e um espaço (digo aqui dimensão do mesmo, distância entre elementos cénicos fundamentais, entre os actores). E a procura criativa sobre esta conjugação de Unidades gera, em si mesmo, um léxico que é preciso descobrir em Gil Vicente.
Há cada vez mais para "Descobrir" e muito para "Compreender" na Obra e no Autor. E se é verdade que Gil Vicente, tal como Dante, se deleitava mais em condenar do que em salvar, é verdade que a mais significativa da "chamada Trilogia das Barcas" é exactamente a do Inferno, o que não deixa de ser ainda mais estimulante.
E se os Autos eram representados na Corte por alturas Festivas: Casamentos, baptizados... como "entender" este Auto de Cadáveres?
Rui Madeira
SINOPSE:
Será que a maledicência, o orgulho, a usura, a concupiscência, a venalidade, a petulância, o fundamentalismo, a inveja, a mesquinhez, o falso moralismo cristão...têm entrada directa no Paraíso? Ou terão de passar pelo Purgatório? Ou vão directamente ao Inferno? E a pé, de pulo ou voo?
Aliás, onde fica e como designamos o Lugar onde estamos? E que paraíso buscamos?
Uma revisão da CTB, em demanda da modernidade sobre o texto Vicentino e o prazer do jogo teatral.
Um espectáculo sobre a nossa memória identitária.
FICHA ARTÍSTICA:
Autor: Gil Vicente
Encenador: Rui Madeira
Actores: Alexandre sá, André Laires, Carlos Feio, Giovana Sgarbi, Jaime soares, Rogério Boane e Solange sá
Figurinos: Sílvia Alves
Desenho de Luz: Fred Rompante
Espaço Cénico: Rui Madeira
Desenho de Som: Pedro Pinto
Fotografia: Manuel Correia, Paulo Nogueira
Grafismo: Carlos Sampaio
Organização: Cendrev- Centro Dramático de Évora, no âmbito da Rede "CULTURBE - um projecto que reúne Braga, Coimbra e Évora
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