terça-feira, 19 de maio de 2009

Professor da Univerdidade de Évora aterroriza comissário da PSP

De dia é um respeitável professor na Universidade de Évora; à noite seduz homens pela internet. E, quando a conversa resvala para o telemóvel, Mário M. não se atrapalha. Imita voz de mulher na perfeição. Foi assim que enganou um comissário da PSP de Lisboa e ainda outro jovem, familiar dos donos de uma editora famosa. O professor marcou vários encontros ao vivo, deixando os dois candidatos a amantes pendurados – mas o inferno começou no dia em que as vítimas quiseram romper a relação que nunca foi mais do que virtual. 



Mário M., segundo a Acusação do Ministério Público a que o CM teve acesso, perseguiu as suas presas de tal forma que até em sítios que frequentavam colocou vários cartazes a avisar de que eles tinham doenças infecto-contagiosas.

Mas fez-lhes pior, entre 2007 e 2008, até que a Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa o apanhou. Pôs massa na fechadura dos carros; atirou tinta contra as casas; mandou entregar cinco a seis coroas de flores por dia em casa de cada uma das vítimas e dos seus familiares e amigos a dar os sentimentos pelas suas mortes. E tudo porque os homens, que não se conheciam entre si, quiseram romper relações em que eram enganados por uma falsa mulher.

No caso do comissário da PSP, um jovem oficial de carreira promissora, o professor universitário ainda fez pior: mandou denúncias anónimas para a polícia a acusá--lo de corrupção e de tráfico de droga. Tudo falso, apenas para prejudicar a vítima.

O professor da Universidade de Évora – que segundo o CM apurou continua a dar aulas como se nada se passasse, não tendo os crimes moldura penal para prisão preventiva – recorreu aos serviços de detectives privados para seguir e infernizar a vida das duas vítimas e estas, por sua vez, já tinham a trabalhar para si, nas horas vagas e com meios da polícia, dois inspectores da PJ e dois agentes da PSP, conforme o CM avançou no Verão passado. Serão todos julgados em Lisboa brevemente.

A motivação do professor é mistério: nunca explicou. Segundo fonte policial, "é pura maldade".

Professor, quatro polícias, três detectives, funcionário da Vodafone e da UNICRE (davam informações) estão acusados.

Henrique Machado

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