As obras de modernização do Troço Bombel – Casa Branca – Évora, na Linha do Alentejo / Linha de Évora (e que é parte integrante da Ligação Ferroviária de Mercadorias Sines – Elvas), entraram na sua fase final, prevendo-se a reabertura à circulação ferroviária no próximo dia 23 de Julho.
A empreitada em curso compreende, nomeadamente, uma reabilitação profunda da plataforma ferroviária nos cerca de 37,4 km de via entre Bombel e Casa Branca e a electrificação de todo o traçado até Évora.
Com a instalação de novos sistemas de sinalização electrónica e de controlo de velocidade (CONVEL) viabiliza-se a prática de velocidades da ordem dos 190 / 200 km/h, permitindo uma redução do tempo de percurso entre Lisboa e Évora de cerca de 20 minutos, o que, decerto, irá contribuir para uma melhoria da competitividade do caminho-de-ferro neste percurso.
O itinerário ferroviário Sines – Elvas (fronteira), de importância estratégica para Portugal, tem como objectivo estabelecer uma ligação ferroviária para o tráfego de mercadorias entre o Porto de Sines e Espanha e daí para o resto da Europa, contribuindo assim para a melhoria da capacidade do Porto de Sines (e do arco Sines – Setúbal) e da sua competitividade internacional (pelo alargamento da sua área de influência ao centro da Península Ibérica).
Reforçando o papel da ferrovia no transporte internacional de mercadorias, esta ligação possibilitará a estruturação das acessibilidades do país quer internamente, quer relativamente ao exterior, facilitando o funcionamento em rede e articulando os diferentes modos de transporte numa lógica de complementaridade, especialização e eficiência, com efeitos muito positivos na economia e no ambiente (transferência de carga da rodovia para a ferrovia).
O projecto foi acordado na XIX Cimeira Luso-Espanhola, na Figueira da Foz, em 2003, e reafirmado nas subsequentes cimeiras, e faz parte do Projecto Prioritário nº 16 (Eixo ferroviário de transporte de mercadorias Sines / Algeciras - Madrid - Paris) da Rede Transeuropeia de Transportes.
Neste contexto, prevêem-se criar as necessárias condições de interoperabilidade designadamente ao nível de:
Sinalização, com o equipamento progressivo do ERTMS nível 1;
Via, com o emprego de travessas polivalentes que permitirão a futura mudança de bitola com programação articulada com Espanha.
As intervenções da REFER na ligação ferroviária Sines/Elvas compreendem:
Modernização da Estação da Raquete na Linha de Sines;
Construção de nova estação na Linha do Sul, entre Canal Caveira e Lousal;
Construção da Variante de Alcácer à Linha do Sul, entre Grândola e Pinheiro;
Renovação integral de via do troço Casa Branca/Évora da Linha de Évora;
Modernização do troço Bombel/Casa Branca/Évora das Linhas do Alentejo e de Évora;
Modernização da Estação de Évora na Linha de Évora;
Construção da nova linha entre Évora e Elvas-Caia.
Com a concretização destas intervenções, o tempo de percurso da ligação entre o porto de Sines e a fronteira em Elvas é reduzido significativamente, em resultado da redução de 137 km em relação ao trajecto actual (o trajecto actual tem 452 km e o futuro terá 315 km), melhorando assim as condições de exploração ferroviária e reforçando a competitividade dos portos de Sines, Setúbal e Lisboa.
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