terça-feira, 31 de maio de 2011

Historial da Freguesia da Sé e S.Pedro (Évora)

Resumo Histórico

A freguesia de Sé e S. Pedro está situada na zona urbana mais antiga de Évora, sendo seu orago Nossa Senhora do Carmo. Esta freguesia foi criada por Decreto-Lei de 12 de Julho de 1997 através da anexação das freguesias de Sé e de S. Pedro. Dadas as suas características urbanas, a história da freguesia de Sé e S. Pedro está intimamente relacionada com o desenvolvimento histórico da cidade de Évora, pelo que será necessário mencionar um pouco da história desta para se entender a evolução histórica da freguesia.

O território que corresponde à actual freguesia de Sé e S. Pedro foi habitado desde épocas bastante remotas, sendo vários os vestígios arqueológicos que comprovam a antiguidade do seu povoamento. A municipalização de Évora poderá ter-se verificado no último quartel do I século a.C., sendo que alguns investigadores defendem uma data anterior ao ano 27 a.C., durante a estadia de Augusto na Península Ibérica. Independentemente da data exacta, a construção de edifícios públicos foi a mais imediata forma de afirmação do poder político dos novos senhores e também o meio mais eficaz para aculturação dos indígenas. Na cidade de Évora, estas obras foram: um grande fórum com o seu templo, instalações termais, teatro (ainda por descobrir) e diversas obras na área da rede viária e do aprovisionamento de água. O templo romano é, sem dúvida, um dos mais importantes vestígios romanos da freguesia de Sé e S. Pedro. Trata-se de um exemplar de arquitectura romana religiosa que, durante muito tempo, se pensou ser dedicado à deusa da caça Diana. Sabe-se que terá sido construído na primeira metade do século I d.C. e que era dedicado ao culto do imperador. O seu bom estado de conservação deve-se à reutilização ao longo dos últimos dois milénios como torre militar e açougue municipal, entre outras funções. O seu aspecto actual data de há cerca de 130 anos, quando as autoridades locais, sob a direcção técnica do cenógrafo Cinatti, decidiram libertá-lo de todas as construções não romanas.

Em 1165, e após disputas sucessivas entre mouros e cristãos, Évora foi conquistada aos mouros pelo exército do rei D. Afonso Henriques, comandado por Giraldo Geraldes, o “Sem Pavor”. Segundo a tradição, Giraldo Geraldes, disfarçado de trovador, rondou a cidade e traçou a sua estratégia de ataque à torre principal do castelo que era vigiado por um velho mouro e pela sua filha. Durante a noite, subiu sozinho à torre e matou os dois mouros, apoderando-se das chaves da cidade que atacou e tomou com o seu exército. No dia seguinte, D. Afonso Henriques, feliz com a notícia da tomada da cidade, devolveu a Geraldo Geraldes as chaves da cidade, bem como a espada que ganhara, nomeando-o alcaide perpétuo de Évora. D. Afonso Henriques mandou instalar em Évora a sede da Ordem Militar de São Bento de Calatrava e outorgou-lhe foral. Os cavaleiros dessa ordem, que se chamaram depois de Avis, por ter ido de Évora para aquela vila, a pedido de Fernando Anes, tiveram como primeiro mestre Fernão Rodrigues Metela e alojaram-se nas casas a que hoje chamam do conde de Basto, e nas demais que haviam nas ruas que ainda hoje conservam o nome de freirias. Os ofícios divinos eram rezados pelos freires na igreja de S. Miguel, junto ao palácio dos Basto.

Ainda nos inícios da Idade Média foi construída a catedral de Santa Maria, cuja fundação é atribuída ao Bispo D. Paio, em 1186, e a sua primeira consagração a D. Soeiro, em 1204. Dessa fase inicial chegaram até aos nossos dias poucos vestígios, devido à construção da actual Sé, que se deve ao bispo D. Durando Paes, conselheiro de D. Afonso III.

A 1 de Novembro de 1559 foi solenemente inaugurada pelo cardeal Infante D. Henrique a Universidade do Espírito Santo, situada nesta freguesia, sendo de grande importância no contexto histórico, sociocultural e artístico da região. Nesta Universidade existiam três cadeiras de Teologia e uma de Escrituras, além de Moral, Casuística e Línguas Orientais e Hebraica. Em 1579, aquando da expulsão dos jesuítas, as portas da Universidade foram fechadas. A partir de 1973, a Universidade voltou a funcionar, tornando-se um centro intelectual, artístico e cultural com bastante importância.

Esta freguesia é dotada de um património cultural e edificado vastíssimo, sendo de destacar, para além dos já mencionados monumentos: o arco romano de D. Isabel, a Casa de Garcia de Resende, o Chafariz da Porta de Moura, a Igreja da Misericórdia de Évora e a Torre de S. Manços, entre muitos outros.

Esta é uma freguesia urbana, estando a sua economia centrada sobretudo no comércio, indústria e serviços.

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Dados técnicos da freguesia

Orago: N. Srª do Carmo

População: 4 250 habitantes

Eleitores: 2 275 eleitores

Actividades Económicas: Comércio e indústria

Festas e Romarias: Festas da Cidade (29 de Junho)

Monumentos existentes na freguesia: Catedral, Templo Diana, Palácio Cadaval, Igreja de S. João Evangelista, Universidade, Sala dos Actos, Fonte Portas de Moura, Casa Cordovil, Igreja da Misericórdia, Torre de S. Manços, Capela dos Ossos, Igreja de S. Francisco

Artesanato: Miniaturas em cortiça e madeira e pintura de azulejos

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