É obra de iniciativa do cardeal-arcebispo D. Henrique, regente na menoridade de D. Sebastião, que deste monarca obteve a respectiva licença e se inaugurou com solenidade no dia 4 de Dezembro de 1556. Contribuíram para o trabalho, que incluiu a feitura dos canos respectivos, além do príncipe, o duque de Bragança D. Jaime, moradores vizinhos e o Município, que deu 8 000 rs.
Na altura era conservador do Aqueduto e mestre das obras da Comarca o arq. Diogo de Torralva, a quem se deve atribuir a concepção e desenho do chafariz. A graciosa peça e o tanque anexo, foram beneficiados pela Câmara em princípios de 1963, durante a construção do Palácio da Justiça, sobranceiro, com rectificação de todo o pavimento, limpeza e refechamento dos mármores dos tanques e degraus, e feitura do lancil, de granito.
Compõe-se o conjunto de duas taças de planta rectangular assentes em embasamento de dois degraus de mármore branco, sendo a exterior, com suas aberturas, mas sem labirinto, destinada ao público. O plinto da fonte, de base quadrada e volume piriforme, aguenta o elegante bojo de formato esferoide, dividido em dois corpos, sendo o inferior guarnecido de quatro carrancas representadas por serafins de alto-relevo, sotopostos à famosa inscrição latina: QVI + CONVERTIT + PETRAM + IN + STAGNA + + AQUARVM + ET + RVPEM + IN + FONTES + + AQVARRM + ANNO + 1556 + Tem remate de pira estilizada, com cata-vento de bandeira e cruz, obra antiga de ferro forjado. O chafariz dos cavalos, de planta rectangular, também de calcário regional, encosta na banda oriental.
BIBL. Túlio Espanca, O Aqueduto da Agua da Prata, in Cadernos de História e Arte Eborense, I, pág. 29.
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