Os presidentes dos municípios do distrito de Évora defenderam hoje a criação de três plataformas de cargas e descargas no seu território da futura linha ferroviária de mercadorias entre Sines e a fronteira do Caia, perto de Elvas.
Numa tomada de posição enviada hoje à agência Lusa, o conselho intermunicipal da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), composto pelos 14 autarcas do distrito de Évora, propôs a criação de paragens em Évora, Vendas Novas e na zona dos mármores.
A existência de uma plataforma em Évora foi considerada pela CIMAC como de "importância fundamental", pela sua centralidade e por apresentar "um conjunto significativo de indústrias, onde se destacam as fileiras aeronáutica, tecnológica e da agricultura".
Os autarcas apontaram ainda a necessidade de se criada uma paragem em Vendas Novas para servir as indústrias da cidade, mas também devido à "posição estratégica" do concelho, que "permitirá a ligação entre a linha férrea do norte com a nova infraestrutura".
A CIMAC assinalou ainda "a relevância para o setor das rochas ornamentais" de uma plataforma na zona dos mármores, que abrange os concelhos de Estremoz, Borba e Vila Viçosa, para "dinamizar a comercialização e expedição rápida e eficaz dos produtos da extração e transformação de mármore".
Nesta posição, o conselho intermunicipal da CIMAC alertou para "a necessidade imperiosa de inscrever os subprodutos resultantes da extração de mármore da região nas especificações técnicas dos cadernos de encargos" para a construção da nova ferrovia, designadamente no que se refere ao enrocamento.
A CIMAC vai enviar a sua posição para os grupos parlamentares, ministros do Planeamento e das Infraestruturas, da Economia e do Ambiente e para a empresa Infraestruturas de Portugal (IP), entre outras entidades.
De acordo com a IP, o troço da nova linha ferroviária, entre Évora e a fronteira do Caia (Elvas), distrito de Portalegre, que integra o Corredor Internacional Sul, terá uma extensão total de cerca de 100 quilómetros, 80 dos quais de construção nova, em via única eletrificada sobre plataforma para via dupla e preparada para receber a bitola europeia.
O projeto é apoiado por fundos comunitários através do programa Mecanismo Conectar Europa, ao abrigo de contratos de cofinanciamento com comparticipações que variam entre 40 e 50%.
A nova ferrovia entre Évora e a fronteira de Caia custará, ao todo, nos próximos anos, mais de 500 milhões de euros.
A obra de construção da nova linha deverá começar até março de 2019 e a conclusão está programada para o primeiro trimestre de 2022, num custo de 509 milhões de euros (quase metade provenientes de fundos europeus), segundo o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas.
O Plano Ferrovia 2020, que promove as ligações com Espanha e a modernização dos principais eixos ferroviários, engloba, no total, um investimento superior a dois mil milhões de euros, dando especial destaque ao transporte de mercadorias e ao transporte público de passageiros.
https://www.dn.pt/lusa/interior/autarcas-querem-tres-paragens-no-distrito-de-evora-da-futura-ferrovia-sinescaia-9350654.html
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