Ao regressar do serviço militar, Geraldo, que, apesar de jovem, exercera as funções de feitor do latifundiário José Redondo, apercebe-se da impossibilidade de, comodamente, reinserir-se naquele meio (que aliás lhe tinha sido tão favorável). A experiência da guerra colonial e o convívio com alguns camaradas minimamente politizados haviam-lhe aberto os olhos para uma tão grande desigualdade social.
Precisamente no dia em que lhe é preparada condigna recepção, andou José Redondo perdido (de bêbado) pela herdade, procurado pela mulher e um grupo de trabalhadores.
Num encontro com Violante, filha do casal latifundiário, Geraldo mostra-se reservado, e mesmo desinteressado no prosseguimento das relações afectivas, e até amorosas, que ambos chegaram a manter.
No festivo e retardado jantar, Geraldo procura, de início, juntar-se aos trabalhadores, mas logo os patrões o "obrigam" a sentar-se à sua mesa, ao lado de Violante. Uma bem intencionada discursata de Redondo quanto à reposição de Geraldo nas funções de feitor e ainda quanto às "promissoras" relações do jovem com Violante suscitam da parte do rapaz alguns esclarecimentos, que causam escândalo. Rotura inevitável. Geraldo aceita permanecer na herdade, como simples trabalhador.
Alcina, a velha criada da casa, conforta a "sua menina Violante.
Redondo e a mulher discutem estratégias para o casamento da filha com um ou outro personagem mais graúdo da região, ficando-se, porém, pela discórdia.
Geraldo, com o seu bom trato social, não poderá deixar de influenciar politicamente os companheiros de trabalho, agora mais conscientes dos seus direitos. Combativos, portanto.
O amor de Violante por Geraldo mantém-se. E, com a concordância dos pais, a rapariga tenta uma reaproximação. Mas o rapaz facilmente se convence de não ser ela a mulher que o deve acompanhar naquela vida de empenhamento político. Diz ele ser o autor dum panfleto contra as prepotências, compadrios e roubalheiras do presidente da Câmara. Ela fica horrorizada e receosa. Geraldo, então, desmente o seu envolvimento no caso.
Na sequência dumas greves, em que Geraldo teve papel relevante, Redondo propõe-lhe que aceite o cargo de feitor duma outra herdade que possui, na condição de ele renunciar àquelas "actividades políticas". Mas Geraldo não aceita. E promete precisamente esforçar-se ainda mais naquele movimento de contestação laboral e social.
Encenação: José Russo
Cenografia: João Sotero
Música: Colaboração do Grupo Cantares de Évora
Interpretação: Álvaro Corte Real, Ana Meira, Jorge Baião, José Russo, Maria Marrafa, Rosário Gonzaga, Rui Nuno, Victor Zambujo
Em Cena:
Teatro Garcia de Resende, em Évora
Até dia 1 de Novembro
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