Situada no distrito de Évora e concelho homónimo, Santo Antão é uma freguesia urbana que, como indica o topónimo, tem Santo Antão como orago, todos os anos celebrado com grande festividade.
Antão nasceu em Coma, no Egipto, em 251, e morreu no Monte Kolzim, em 356. Santo Antão é considerado fundador do monasticismono sentido lato da palavra, porque reuniu eremitas em comunidades espelhadas, exercendo uma certa autoridade sobre eles; mas ele próprio passou a maior parte da sua longa vida (105 anos) em relativa solidão. Com cerca de 20 anos foi viver sozinho, passando o tempo em oração, estudo e no trabalho li" manual necessário para ganhar a vida. Suportou violentas tentações, espirituais e físicas, mas a todas venceu; com o passar do tempo afastou-se ainda mais e foi habitar uma caverna no Monte Kolzim, perto do noroeste do Mar Vermelho, que se tornou a sua casa para o resto da vida, sendo visitado por toda a sorte de gentes, que o procuravam em busca de conselhos ou simplesmente por curiosidade. Tanto durante a vida como depois da morte, a sua influência foi muito grande e a veneração por ele foi determinante em toda a cristandade até à Idade Média.
A povoação de Santo Antão fez sempre parte de Évora, defendida por um forte e cercada por sólidas muralhas. Após a sua conquista aos mouros por Geraldo "sem pavor", em 1165, que a entregou a D. Afonso Henriques, que lhe outorgou foral, Santo Antão nasce à volta de uma ermida dos Templários, a quem foi entregue a responsabilidade de incentivar
o repovoamento da região.
Em 1280 Martim Anes, vigário perpétuo de Santo Antão, assina uma composição entre a Ordem da Trindade e o Bispo D. Durando e, em 1286, no adro da Igreja de Santo Antão, reuniam-se os fidalgos de Évora com D. Dinis, a resolver assuntos do interesse público.
Quanto à instituição de Santo Antão como paróquia, sabe-se apenas da existência de um pergaminho da Sé, datado de 1325, que faz referência à - freguesia de Santo Antão.
Quanto ao património cultural edificado da freguesia, destacam-se a Igreja de Santo Antão, a Fonte Henriquina, o Teatro Garcia de Resende, o Convento do Calvário e o Convento de Santa Clara.
Destaque ainda para a Judiaria .ea Sinagoga, símbolos da antiga comunidade judaica de Évora.
A partir do século XIV, em Portugal, os judeus foram obrigados a viver em bairros próprios, que receberam o nome de "judiarias", limitando assim a convivência entre estes e os cristãos, e limitando também e muito, os seus direitos.
A Praça do Giraldo é um dos locais de maior interesse turístico da freguesia mas merecem também referência a Praça Joaquim António de Aguiar e a Rua da Lagoa.
Ressaltam as actividades económicas de comércio e serviços.
HERÁLDICA
Descrição de Simbologia
Escudo em Prata, com uma coroa mural de três torres. Listel branco, com a legenda Évora - Santo Antão e bandeira vermelha. Com motivo da Cruz dos Templários, que teve origem numa ermida da Ordem dos Templários, de um sino e de uma fonte, a henriquina, localizada na Praça do Giraldo.
Novos Topónimos da Freguesia
Topónimo "Rua da Cerca Nova"
Junto ao Hotel Mar D'Ar Muralha (ex Hotel da Cartuxa).
"Cerca Nova" foi uma extensa cintura de muros (muralhas) que, a partir de meados do Sec. XIV veio envolver os arrabaldes duma povoação (Évora) em franco desenvolvimento.
As refendas "muralhas" ou "Cerca Nova" são hoje parte envolvente do referido hotel.
Topónimo "Rua do Teatro"
O nome advém do facto de ser uma rua contígua ao Teatro Garcia de Resende.
Topónimo "Pátio do Convento"
Local onde outrora foi situado o Convento de São Domingos.
Topónimo "Rua Nossa Senhora do Rosário"
Nossa Senhora do Rosário deu o nome à confraria criada por escravos, no século XVI, com o intuito de se defenderem e ganhar a liberdade. Esta confraria esteve localizada no Convento de São Domingos
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