sexta-feira, 24 de junho de 2011

Alguns Monumentos de Évora

ÉVORA, cidade histórica no coração do Alentejo, é herdeira de um rico e variado património cultural, construído e preservado ao longo do tempo. Fundada pelo povo romano e por este denominada Ebora Liberalitas Iulia, a cidade foi a praça-forte que alicerçou, no Além-Tejo, a formação do novo reino de Portugal durante a Reconquista cristã peninsular do séc. XII. Após a consolidação das fronteiras com Castela, vários reis aqui fixaram a sua corte, particularmente na período das descobertas marítimas, época em que, orgulhosamente, exibiam títulos e senhorios de terras tão distantes como a Guiné, Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia.

O património histórico e artístico que hoje se preserva na cidade resultou em boa medida dessa longa permanência da monarquia portuguesa. O conjunto monumental que esses tempos áureos legaram à cidade, em harmonia com o tecido urbano de cariz popular, estão na base da classificação de Évora como Património Cultural da Humanidade, desde 1986.


Anta de Tourega
Também conhecida por Anta do Barrocal, este interessante Monumento Megalítico situa-se na freguesia de Nossa Senhora da Tourega, pertencente ao concelho de Évora, bem na vasta região Alentejana.
A Anta terá sido edificada entre o 4º e o 3º milénio a.C., em pedra granítica, constituída por uma câmara centralizada poligonal de 2 metros de altura e 3 metros de diâmetro, e uma laje de cobertura. Possui ainda o corredor de acesso, embora que destruído.
O monumento estaria coberto por uma Mamoa, da qual não restam vestígios.
A Anta de Tourega está classificada como Monumento Nacional.



Anta Grande do Zambujeiro de Valverde
A Anta Grande do Zambujeiro situa-se a cerca de 500 metros de Valverde, no bonito concelho de Évora, na imensa região Alentejana.
Este monumento megalítico classificado como Monumento Nacional constitui uma das maiores Antas da Europa, sendo mesmo a maior que se tem conhecimento em toda a Península Ibérica.
Esta é uma região ocupada pelo homem desde remotos períodos, existindo mesmo na zona diversos legados megalíticos de grande importância.
A Anta Grande do Zambujeiro foi descoberta em 1965, tendo-se mais tarde procedido ao seu estudo e investigação.
Seria utilizada pelas comunidades do Período Neolítico como local de enterramento e homenagem aos seus mortos, servindo provavelmente também de Santuário.
O conjunto tem 50 metros de diâmetro, compreendendo a câmara poligonal com 6 metros de altura e um corredor com cerca de 12 metros de comprimento e 2 metros de altura e 1,5 metros de largura, de acesso para o exterior.
O monumento encontrava-se coberto por uma gigantesca Mamoa com mais de 50 metros de diâmetro, tendo a escavação recuperado um importante espólio de objectos rituais, de adorno, vasos de cerâmica, lâminas e pontas de seta, entre muitos outros.



Capela dos Ossos 
A Capela dos Ossos é um dos mais conhecidos monumentos de Évora. Está situada na Igreja de São Francisco.
Foi construída no século XVII por iniciativa de três monges que, dentro do espírito da altura (contra-reforma religiosa, de acordo com as normativas do Concílio de Trento), pretendeu transmitir a mensagem da transitoridade da vida, tal como se depreende do célebre aviso à entrada: "Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos".
A capela, construída no local do primitivo dormitório fradesco é formada por 3 naves de 18,70m de comprimento e 11m de largura, entrando a luz por três pequenas frestas do lado esquerdo.
As suas paredes e os oito pilares estão "decorados" com ossos e caveiras ligados por cimento pardo. As abóbadas são de tijolo rebocado a branco, pintadas com motivos alegóricos à morte. É um monumento de uma arquitectura penitencial de arcarias ornamentadas com filas de caveiras, cornijas e naves brancas.
Foi calculado à volta de 5000, provenientes dos cemitérios, situados em igrejas e conventos da cidade.
A capela era dedicada ao Senhor dos Passos, imagem conhecida na cidade como Senhor Jesus da Casa dos Ossos, que impressiona pela expressividade com que representa o sofrimento de Cristo, na sua caminhada com a cruz até ao calvário.



Castelo de Évora
Évora foi uma importante cidade no tempo do domínio romano, apresentando diversos vestígios dessa época, mas manteve essa importância com os visigodos e depois sob o domínio árabe.
D. Afonso Henriques fez uma primeira conquista desta fortaleza, mas os muçulmanos voltaram a reconquista-la e só voltaria definitivamente às forças cristãs, numa segunda reconquista em 1165, pelo lendário, Geraldo Sem Pavor.
Dividem-se as opiniões, sobre a realização de obras de ampliação das defesas de Évora, que poderão ter sido realizadas no reinado de D. Dinis, ou posteriormente no reinado de D. Afonso IV, que manteve a corte em Évora durante algum tempo, procedimento que foi seguido por outros monarcas posteriores.
No século XVII, com a Guerra da Restauração, foi operada uma grande modernização, de que ainda hoje restam muralhas, torres e portas. Encontra-se classificada como Monumento Nacional, constituído com o restante património da cidade, um importante testemunho do passado, classificado como, Património Comum da Humanidade, pela UNESCO.



Castelo de Valongo
De origem muçulmana, o castelo de Valongo terá sido conquistado na sequência das campanhas de reconquista cristã da Península Ibérica, depois da tomada de Évora em 1165.
No século XV, esta fortificação foi reconstruída, atribuindo-se a essa época a construção da Torre de Menagem.
Classificado como Monumento Nacional, encontra-se em ruínas.




Catedral de Évora
Fundada em 1186 e consagrada em 1204, a Sé Catedral de Évora, dedicada a Santa Maria, é a maior catedral medieval do país, e um incomparável exemplar da arquitectura de transição romano-gótica.
A um primitivo templo construído entre 1186 e os primeiros anos do século XIII, sucedeu-se o grandioso monumento que hoje existe, resultado essencialmente de duas notáveis campanhas da Baixa Idade Média.
Tem planta de estilo românico, com estrutura e decoração góticas, estilo bem visível nas abóbadas e nos arcos ogivais.
O portal é um dos mais impressionantes exemplares góticos portugueses. É ladeado por estátuas dos apóstolos, da autoria de Mestre Pêro, também autor das esculturas do claustro e da capela do fundador, espaço funerário do bispo D. Pedro IV, encomendador destes trabalhos.
É ainda de realçar a Capela de Nossa Senhora da Piedade, ou do Esporão, do século XVI, com portal tardo-manuelino de mármore e retábulo maneirista.
O coro alto, também do século XVI, conserva o cadeiral renascença e um orgão da mesma época e estilo.
De destacar também a torre-lanterna, com corpo de planta octogonal, encimado por janelas góticas e coroado por uma agulha coberta de escamas de pedra.
A Sé inclui um Museu de Arte Sacra com um riquíssimo espólio nos domínios da paramentaria, pintura, escultura e ourivesaria.



Convento do Bom Jesus de Valverde
Este monumento responde por várias designações, entre elas Antigo Convento do Bom Jesus da Ordem dos Capuchos, Mitra de Valverde, Colégio da Mitra e hoje em dia até como Polo da Mitra da Universidade de Évora. Está situado na encantadora localidade de Valverde, pertencente ao concelho e distrito de Évora, em pleno coração da vasta região Alentejana.
Este complexo monástico foi edificado em meados do século XVI pela diocese de Évora que instituiu por estas datas uma quinta com paço episcopal. O primeiro Arcebispo de Évora, Infante Dom Henrique terá fundado o convento para a ordem dos Capuchos que aqui se instalou em 1517.
A Herdade da Mitra viu algumas das suas características alteradas com o tempo, mas merecem destaque ainda hoje a Capela do convento, considerada um exemplo perfeito de micro-arquitectura renascentista, atribuída a Miguel de Arruda, com planta em cruz grega e com três importantes painéis encomendados pelo futuro Cardeal D. Henrique, figurando um Presépio, um Calvário e uma Ressurreição de Cristo, da autoria do prestigiado pintor Gregório Lopes, datadas de 1544 / 45.
Do edifício do Convento original restam ainda diversos vestígios arquitectónicos, alguns deles Manuelinos, mas também diversos elementos posteriores de obras dos séculos XVII e XVIII.
O Claustro, de planta quadrada e estilo Clássico merece também destaque pela beleza e paz de espírito que ainda transmite, com traço de Manuel Pires.
O “Jardim de Jericó” conserva ainda muitas das estruturas construídas entre os séculos XVI e XVIII, destacando-se o monumental aqueduto, o poço-cisterna “Casa da Água” e o tanque circular ou “dos Cardeais”.
Após a extinção das Ordens Religiosas, em meados do século XIX, aqui foi instalado um Posto Agrário e a Escola Prática de Agricultura, funcionando hoje aqui o Polo da Mitra da Universidade de Évora que alberga uma herdade experimental para estudos agrários e biológicos.




Convento do Espinheiro
O Convento do Espinheiro, séc. XV, é considerado património nacional, e as suas origens remontam a uma lenda que fala numa aparição da Virgem Maria sobre um espinheiro, por volta do ano 1400.
Em 1412, foi edificado um oratório em honra de Nossa Senhora, e finalmente em 1458, durante o reinado de D. Afonso V, e dada a crescente importância deste local como ponto de peregrinação, foi fundada a igreja e posteriormente o convento.
Com um enquadramento rural, no termo da cidade de Évora, em zona agrícola; o conjunto do Convento e igreja destacam-se, pela volumetria, na planície circundante; a capela, mais destacada, situa-se no termo da cerca do Convento.
O Convento do Espinheiro é hoje um luxuoso hotel, a paisagem circundante torna-o o local ideal para desfrutar da relaxante planície Alentejana.




Cromeleque dos Almendres
O recinto megalítico dos Almendres, um dos maiores monumentos públicos da humanidade, constitui o maior conjunto de menires estruturados da Península Ibérica e é um dos mais importantes da Europa. Este monumento megalítico inicialmente era constituído por mais de uma centena de monólitos. A sua escavação permitiu a detecção de várias fases construtivas ao longo do período Neolítico (V e IV milénios a. C.), até alcançar aspecto semelhante ao hoje apresentado. 92 menires com diferentes formas e dimensões, desde pequenos blocos rudemente afeiçoados, outros maiores que deram ao local o nome de Alto das Pedras Talhas. Formaram dois recintos erguidos em épocas distintas, geminados e orientados segundo as direcções equinociais. Uma dezena de monólitos está decorada exibindo relevos ou gravuras. Foi um monumento com funções religiosas e, provavelmente um primitivo observatório astronómico. O monumento está situado na Herdade dos Almendres, propriedade de José Manuel Neves.




Ermida de Nossa Senhora do Carmo
Dedicado ao culto de Nossa Senhora do Monte do Carmo, este santuário barroco situa-se a cerca de 2 quilómetros da Igreja Paroquial da Azaruja. A sua festa anual realiza-se no 2º Domingo de Setembro.
Em meados do séc. XIX, rezam os anais, a ela acorriam fiéis de toda a província e de povoações beirãs e ribatejanas, chegando a juntar-se mais de 2.000 carros com gente, fora os que vinham a pé e a cavalo.
As promessas e agradecimentos à Senhora, acumulados ao longo de três séculos, constituem um testemunho impressionante: as paredes interiores da igreja e da sacristia estão revestidas de alto a baixo com mais de 1500 ex-votos pintados sobre tela, cabedal, vidro e folha da Flandres, além de fotografias, objectos de cera, tranças de cabelo natural e peles de répteis gigantescos.
A Ermida situa-se junto do hotel Monte do Carmo, onde pode viver o prazer único de estar luxuosamente instalado nas antigas casas dos peregrinos que vinham em romaria à surpreendente ermida de Nossa Senhora do Carmo. É uma visita a não perder.





Igreja de São Francisco 
A Igreja de São Francisco em Évora é uma igreja de arquitectura gótico-manuelina. Construída entre 1480 e 1510 pelos mestres de pedraria Martim Lourenço e Pero de Trilho e decorada pelos pintores régios Francisco Henriques, Jorge Afonso e Garcia Fernandes, está intimamente ligada aos acontecimentos históricos que marcaram o período de expansão marítima de Portugal.
Segundo a tradição, nesta igreja foi sepultado Gil Vicente, em 1536. A primitiva igreja monástica tinha três naves, com capelas comunicantes entre si. Nestre primitivo edifício se realizaram várias cerimónias importantes, tais como o casamento de D.Pedro I com D.Constança Manuel.
A igreja seria remodelada no final do século XV, tendo-se construído o magnífico templo que hoje subsiste e que é uma das mais impressionantes igrejas portuguesas. Respeitando os limites originais, as três naves foram substituídas pela nave única subsistente, coberta pela arrojada abóbada gótico-manuelina que atinge vinte e quatro metros de altura.
O Convento de São Francisco viveu então os seus momentos áureos, quando a corte do Rei D.Afonso V se começou a intalar no espaço conventual durante as suas estadias em Évora. Desta forma, a igreja de São Francisco foi elevada à categoria de Capela Real, daí os múltiplos emblemas régios de D.João II e D.Manuel I. Nesta época, recebeu o mosteiro o título de Convento de Ouro, tal a riqueza com que a Família Real o decorava.
No século XIX uma nova crise se abateria sobre o Convento: a extinção das ordens religiosas, em 1834. Toda a parte monástica foi nacionalizada, tendo-se nela instalado o Tribunal da cidade, até cerca de 1895, data em que, sob grave ruína, se demoliu praticamente toda a parte conventual (dormitórios, parte do claustro, etc.).
Salvou-se porém a magnífica igreja porque em 1840, para ali se transferiu a sede da freguesia de São Pedro.




Menir dos Almendres 
Localizado na Herdade dos Almendres, próximo do Cromeleque, este isolado Menir de grandes dimensões apresenta no terço superior uma decoração composta por báculo e faixa de linhas onduladas.
Com cerca de 3,50 m de altura, este Menir foi reerguido pelo actual proprietário dos terrenos, mas supõe-se que o local original não deveria ser muito afastado do original.
Em termos gerais, um Menir é um monumento pré-histórico de pedra, cravado verticalmente no solo, usualmente de dimensão bem elevada.





Paços de Évora - Palácio D. Manuel
Da construção quinhentista, iniciada cerca de 1470, subsiste apenas a Galeria das Damas, restaurada já neste século. Salienta-se a torre-balcão manuelina-mudéjar, de três andares.







Templo Romano de Évora ( Diana )
O Templo Romano de Évora também chamado de Templo de Diana, é um templo de estilo coríntio, construído no início do século I, d.C.
É o que resta do fórum da cidade de Évora e era dedicado ao culto imperial, contrariamente ao que nos chega pela tradição popular, que o identificou como sendo dedicado à Diana, deusa romana da caça.
O templo, construído em mármore e granito, é rodeado por colunas coríntias colocadas sobre um pódio que se encontra quase completo. As colunas da fachada desapareceram completamente, restando as seis da retaguarda e algumas das laterais.
Sofreu várias alterações ao longo dos séculos, que começaram no século V com as invasões bárbaras e continuaram pelo século XIV quando servia de casa-forte ao castelo da cidade. Na segunda metade do século XIX, foram demolidos os edifícios anexos e realizou-se uma grande operação de restauro, repondo o traçado primitivo do templo. Já no século XX, novas campanhas de escavações permitiram encontrar vestígios de um pórtico e do espelho de água que o rodeavam. Localizado no Largo Conde de Vila Flor, encontra-se rodeado pela Sé de Évora, pelo Tribunal da Inquisição, pela Igreja e Convento dos Lóios, pela Biblioteca Pública e pelo Museu.






Villa Romana de Tourega
A Villa Romana de Tourega está situada na freguesia de Nossa Senhora da Tourega, pertencente ao histórico concelho de Évora, na imensa planície Alentejana.
Esta é uma região de ocupação humana desde remotos períodos, com diversos vestígios megalíticos nas redondezas, e terá sido uma importante “villa” Romana com um amplo complexo termal, ocupada desde meados do século I até finais do século IV d.C.
Esta Villa estava situada no importante território de Ebora Liberalitas Julia, , junto à estrada romana para Salacia (Alcácer do Sal), e teria sido património de uma classe senhorial ligada à exploração da terra.
Já no século IV a villa ocuparia uma área de cerca de 500 m2, com termas duplas, para ambos os sexos, com salas e tanques de banhos frios e quentes. Restam hoje três tanques de banhos, de planta rectangular, construídos por muros de argamassa, tendo o mais largo 24,5 metros de comprimento e sobre 4,6 metros de largura.

1 comentário:

Anónimo disse...

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