segunda-feira, 8 de junho de 2009

Academia Aeronáutica de Évora (AAE)

A Academia Aeronáutica de Évora (AAE), escola profissional de formação de pilotos realizou, ontem, no Jardim do Paço, a cerimónia de entrega de diplomas e asas aos 40 pilotos formados em 2008 e até esta data de 2009.
A directora financeira desta academia, Beatriz Filipe, sublinhou a importância do dia para estes jovens que terminaram o seu curso de piloto que teve a duração de aproximadamente 16 meses. A mesma responsável afirmou ainda que "têm sido muitos os alunos que têm passado por aqui, o que demonstra o reconhecimento que esta escola tem no panorama nacional e internacional".
Passados quase dez anos sobre a sua criação, "o balanço é muito positivo, pois conseguimos impor-nos no mercado aeronáutico pela qualidade dos cursos que desenvolvemos na academia e o exemplo disso é o facto de termos, cada vez, mais procura", frisou a dirigente. O contrato que a AAE tem com a Escola Holandesa de Pilotagem mantém-se, "o que tem feito com que a procura por parte dos jovens holandeses esteja igualmente crescer, bem como ao nível do mercado nacional", avançou ainda Beatriz Filipe.
A directora financeira, que está neste projecto desde 2001 e que tem acompanhado todos os passos desta academia, explicou que a iluminação da pista "veio trazer um ganho extremamente importante para a escola". Anteriormente, o voo nocturno tinha sempre que ser feito em Espanha ou em Bragança, "o que trazia custos acrescidos para a Academia porque quer o aluno, quer o instrutor tinham que ficar aí alojados". Neste momento, e com esta valorização do aeródromo de Évora, os alunos passaram a fazer o voo nocturno sem ter que sair de Évora, "pois vão voar, saem do avião e vão para casa, enquanto o mecânico faz a revisão do aparelho para que este esteja pronto para voar logo no dia a seguir", explicitou.
No que concerne às saídas profissionais destes novos pilotos, a mesma responsável afirmou que "a taxa de empregabilidade tem sido muito boa, embora tenha diminuído nos últimos tempos devido à crise internacional que se reflecte nas companhias aéreas que têm, por um lado, menos procura, estando a cancelar voos e não necessitando admitir tantos pilotos". Não obstante, mostrou-se optimista, relembrando que a AAE tem alguns dos seus alunos a trabalhar em companhias estrangeiras.
Quanto a este pilotos agora formados, Beatriz Filipe disse ter chegado o momento de se lançarem no mercado de trabalho, nomeadamente para os voos comerciais e para as companhias de baixo custo, "pois certamente a médio prazo, todos estes jovens estarão colocados".
Instada sobre o futuro, a dirigente garantiu que a AAE "é um projecto consolidado e para continuar, eu não digo expandir porque não sou accionista da empresa, mas temos que continuar porque temos tido sucesso". Segundo sublinhou, "os equipamentos são relativamente novos, estando ainda todos operacionais, quer em termos físicos, quer em termos tecnológicos, uma vez que na altura em que os comprámos optámos pelo que mais de moderno havia no mercado".
Testemunhos na primeira pessoa
Micaela Ataíde
Faro
"Desde pequenina que me apaixonei por esta profissão porque os meus pais sempre trabalharam no aeroporto e eu cresci junto aos aviões. Depois experimentei andar num avião ligeiro e a partir daí adorei. Estou disposta para ir para qualquer parte do mundo, desde que vá voar posso trabalhar em qualquer companhia aérea. Quando estou dentro do avião sinto que estou a realizar um dos sonhos que sempre quis".



João do Rosário
Évora
"Eu sou licenciado em Biologia pela Universidade de Évora, mas as saídas profissionais não me agradaram. Então os meus pais proporcionaram-me esta oportunidade de tirar o curso aqui na AAE e decidi aceitar este desafio porque nunca tinha pensado nisso, mas aprendi a gostar de voar. Neste momento, estou a enviar currículos para companhias de viação e para outros locais de instrução".



Pedro Vitorino
Natural dos Açores
"Ser piloto era um sonho que eu tinha desde miúdo, sempre quis fazer isto da minha vida. Quando terminei o secundário tive que escolher uma escola e optei pela de Évora e se voltasse atrás escolheria de novo a AAE. Agora que terminei o curso vou tentar encontrar emprego, sendo que a minha preferência era trabalhar na Sata Air Açores. Se assim fosse, ficaria mesmo em casa".

Diário do Sul

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