sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Évora Perdida no Tempo - Aspecto nocturno da Porta de Moura


Aspecto nocturno do Largo e Fonte da Porta de Moura

Autor António Passaporte
Data Fotografia 1940 - 1959
Legenda Aspecto nocturno da Porta de Moura
Cota APS0016 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 31 de julho de 2012

Convento de Santo António da Piedade

O Convento de Santo António da Piedade, erguido no Forte de Santo António, é um monumento da cidade de Évora, ficando situado na freguesia do Bacelo, estando classificado como Imóvel de Interesse Público.

A casa religiosa, da Ordem dos Capuchos, foi fundada no ano de 1576 pelo Cardeal Infante D.Henrique, mas apenas terminada já na época do seu sucessor na arquidiocese eborense, D.Teotónio de Bragança.

Durante a Guerra da Restauração, na década de 1650, decidiu D.João IV erguer na cerca deste convento um forte defensivo da Praça de Évora. O forte, do tipo Vauban, é composto por quatro baluartes, mantendo ainda várias guaritas e fossos.

Após a extinção de 1834, o convento capucho, cerca e forte serviram durante breves anos de cemitério público, até serem vendidos pelo estado a particulares que adulteraram bastante o convento, adaptando-o a residência.
Já no século XX, o convento foi adquirido pelo Seminário Maior de Évora. Nele funcionou durante largas décadas o Externato de Santo António.

Presentemente serve de Casa Sacerdotal da Arquidiocese de Évora.

Évora Perdida no Tempo - Interior da Fábrica dos Leões

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Moinho da Piedade



O Moinho da Piedade está situado a Nordeste de Évora, junto da estrada nacional Nº 18, que liga Évora à Cidade de Estremoz. Está localizado numa pequena elevação com a cota 272. É uma construção em alvenaria de três pisos com a cobertura de telha de duas águas. Está em bom estado de conservação.

Fonte: marcoseborenses.no.comunidades.net

Évora Perdida no Tempo - Sé Catedral


Sé Catedral: fachada principal
Autor António Passaporte
Data Fotografia 1940 - 1959
Legenda Sé Catedral
Cota APS349 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 29 de julho de 2012

Comercial Porta-a-Porta para Évora (M/F)

A Vertente Humana encontra-se a recrutar para cliente multinacional na área das telecomunicações:

Comercial D2D – Telecomunicações (m/f)

Neste serviço, o comercial tem como objectivo fazer a divulgação e a venda de produtos e serviços na área das Telecomunicações a clientes residenciais.

Local de trabalho: 
Évora

Horário: 
14h às 22h, com folgas ao Fim-de-Semana

- Escolaridade mínima: 9º ano;
- Excelente apresentação;
- Gosto pelo trabalho em equipa;
- Gosto pelo trabalho por objectivos;
- Elevada capacidade de persuasão e motivação.

Condições apelativas e acima da média:
- Vencimento fixo + comissões;
- Contrato de trabalho;
- Deslocações pagas pela empresa;
- Folgas ao fim-de-semana.

Venha trabalhar numa equipa dinâmica, jovem e em crescimento. Venha trabalhar numa empresa sólida e de renome em Portugal!

Caso reúna os requisitos pretendidos, envie o seu CV acompanhado por foto para

Engº Civil para direção de obra - Évora

O Grupo AGP – Arada Gestão de Participações, do qual fazem parte as Empresas AEG, GSET e MANINDUSTRIA, pretende recrutar:

Eng.º Civil para Direção de Obra Refª DP19/12

Função a Desempenhar:
i. Engº Civil Para a direção de obra

Requisitos:
i. Licenciatura em Engenharia Civil;
ii. Inscrito na Ordem dos Engenheiros (Eliminatório);
iii. Experiência de pelo menos 3 Anos em Direção de obra (Eliminatório);
iv. Excelente capacidade de organização e gestão de equipas;
v. Residente na zona de Évora (Eliminatório);
vi. Domínio de ferramentas informáticas (Autocad,Project,Office);
vii. Maturidade, Capacidade de Iniciativa, Espírito de equipa, profissionalismo e Proactividade;
viii. Carta de condução.

Oferece-se:
i. Remuneração e Regalias de Acordo com a Função;
ii. Ambiente Profissional Aliciante;
iii. Inserção em Equipa de Trabalho Jovem, num projecto aliciante e de longa duração.

Data de admissão:
IMEDIATA

MUITO IMPORTANTE: 
Não serão considerados os cv's que não cumpram os requisitos eliminatórios pois não haverá qualquer flexibilidade nestes.

Os interessados deverão enviar o seu Currículo e respectivos Certificados para o endereço electrónico:


com indicação obrigatória, em assunto, da Referência supra mencionada (não serão aceites Candidaturas que não se façam acompanhar da Referência).

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Moinhos da Sra da Glória










O Conjunto dos Moinhos da Sra da Glória é composto por cinco Moinhos, sendo este grupo a maior concentração de moinhos de Évora e fica situado a Este da Cidade.
Os Moinhos 1 e 2, mais conhecidos pelos moinhos da Malagueira, situados junto à Avenida da Malagueira, são construídos em alvenaria bem como a sua cobertura em abóbada, não sendo estas as originais. Foram recuperados e estão em excelente estado de conservação. O Moinho 3 está situado no interior do Bairro da Sra da Glória, também este construído em alvenaria bem com a sua cobertura em abóbada. A construção está em razoável estado de conservação. O Moinho 4 encontra-se dentro do mesmo Bairro, no interior de um quintal, a sua construção é feita em alvenaria e a sua cobertura de telha com duas águas não sendo esta também a original. Encontra-se em bom estado de conservação e serve como habitação. Nesta mesma construção pode-se ver o local onde se encontrava assente a sua antiga cobertura tradicional (o fechai de cima), pintado com uma faixa amarela. O Moinho 5 deste grupo, é talvez o mais belo exemplar dos Moinhos de Évora. É uma construção em alvenaria de três pisos, com a sua cobertura original, construída em chapa, com forma cónica, podendo ver-se o local de entrada do mastro, (agora fechado com chapa). As suas paredes em bom estado de conservação onde as suas janelas apresentam um lindo relevo e na sua base desenhada com adornos interessantes que faz deste moinho o mais belo desta cidade.

























Fonte: marcoseborenses.no.comunidades.net

Évora Perdida no Tempo - Interior da Fábrica dos Leões

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Apogeu e queda do Fomento Eborense



O Fomento Eborense foi uma maiores empresas nacionais de armazenagem, distribuição, venda e fabrico de produtos alimentares, durante mais de 60 anos, mais concretamente entre 1922 e finais dos anos 80, a partir dos quais se desmoronou como um castelo de cartas. Para muitos a rapidez com que tal império ruiu é ainda hoje um mistério por explicar do ponto de vista económico mas, para outros, a queda deveu-se a factores que tiveram por base graves desinteligências de natureza familiar, associados a um acontecimento funesto na vida do casal proprietário e à pouca qualidade dos últimos quadros contabilísticos. 

Mas esta empresa sempre se afirmou pelo espírito inovador, dinâmico, criativo e arrojado do seu principal mentor, Fernando Luís Ribeiro Alves Martins. Embora tenha começado a funcionar um ano antes, a empresa só nasceu legalmente como sociedade regional de importação e exportação de bens alimentares a 3 de Abril de 1922, sendo seus sócios o comerciante citadino José Roma Pereira e os lisboetas Filipe Rodrigues Melo Ataíde e José Filipe Rodrigues. Destes, só José Filipe Rodrigues se manteve quando, em 1930, o pacto social foi alterado e recebeu a companhia de António França Godinho e Luís Alves Martins. Por essa altura o Fomento Eborense tinha a sua sede no nº. 80 Rua João de Deus, local em que, algumas décadas depois, se instalaram as Galerias Teófilo e actualmente a loja Valadim, ambas dedicadas ao comércio de vestuário. 

O estabelecimento comercial ficava no rés-do-chão, enquanto o primeiro andar albergava o escritório. Mais ousado, político e empreendedor que os seus sócios Luís Alves Martins, que em 1932 se tornou presidente da Associação Comercial de Évora e, três anos mais tarde, Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Évora, foi cimentando a sua posição desembaraçando-se paulatinamente dos seus sócios, à excepção do seu grande amigo António França Godinho, até se transformar praticamente no senhor incontestado do Fomento Eborense. Entretanto a empresa alargava os seus negócios com a abertura da Fábrica Diana, situada na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, 31, na qual produzia drops, caramelos, rebuçados e confeitaria variada, a par de gelo comercial, funcionando também como distribuidora de fósforos, refrigerantes e cerveja, uma vez que era representante, para o sul do país, da Sociedade Central de Cervejas.

A 31 de Agosto de 1949, Luís Alves Martins faleceu inesperadamente no Hospital da CUF em Lisboa, para o qual tinha sido encaminhado para ser operado de urgência. Natural de Proença-a-Nova, tinha 53 anos e era, na altura, vogal do Grémio dos Armazenistas de Mercearia. O seu desaparecimento originou uma recomposição do capital social, cifrado em 80 contos, e que na parte familiar ficou distribuído da seguinte forma: Alice Ribeiro Alves Martins (viúva), 19 contos; Fernando Luís Ribeiro Alves Martins (filho e já seu braço direito nos negócios apesar da sua juventude), 10 contos; Manuel João Cutileiro Ferreira (genro, futuro deputado da Nação, casado com Maria Luísa Ribeiro Alves Martins), 5 contos; e António Descalço de Torres Vaz Freire (igualmente genro, abastado lavrador e consorciado com Maria Noémia Ribeiro Alves Martins), igualmente 5 contos. 

Externamente à família, e dada a relativa inexperiência de Fernando Alves Martins e a necessidade de este poder contar com o apoio de gente com traquejo na gestão comercial e industrial, manteve-se António França  Godinho, com nove contos, e deu-se entrada a Rogério Batalha, Luís Paquete Godinho e Fernando Augusto Dinis, todos com 10 contos, e a Manuel de Oliveira Seisdedos Maldonado, com 2 contos, que foi nomeado primeiro como «administrador do estabelecimento  e fábricas desta sociedade» e dois anos mais tarde gerente. 

Dois anos depois o capital social é aumentado para 100 contos. Mas o jovem Fernando Alves Martins rapidamente revelou raro talento para o negócio, visão de futuro e espírito desempoeirado. Frequentador dos principais centros europeus do comércio alimentar por grosso (era frequentador assíduo das grandes internacionais do sector) e da indústria de confeitaria, começou a pensar no desenvolvimento e expansão da empresa, alicerçada em novos métodos e processos de distribuição e produção. Para isso necessitava de fazer grandes investimentos, os quais passavam pela compra das quotas dos sócios mais conservadores e pela junção da fábrica ao escritório.

Foi ao dar informalmente conta deste seu projecto a elementos da administração da Sociedade Central de Cervejas (o Fomento Eborense era, como se viu, seu distribuidor para o Sul do País) que estes o incentivaram a ir em frente, emprestando-lhe a soma para concretizar uma operação de tamanha envergadura. Em face disto a empresa regista nova alteração do pacto no ano de 1959, com Fernando Martins a ficar com uma posição leonina, acompanhado das pequenas quotas, ainda que também aumentadas, de Manuel João Cutileiro Ferreira e Manuel Seisdedos. Patrimonialmente o Fomento Eborense amplia o seu espaço na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra e transfere para lá o seu escritório. 

Aumenta igualmente a área dedicada à Fábrica Diana. É no início dos anos 60 que se dá a grande expansão da empresa e o volume de negócios dispara por completo. Torna-se a segunda maior empregadora do concelho, só superada pela Siemens, que por esse tempo também se instala na cidade, e uma empresa de verdadeira dimensão nacional. A construção do primeiro supermercado em Évora marca essa fase de grande dinamismo. Cativado com o êxito da SPAR, empresa holandesa criada em 1932 com o objectivo de reunir numa estrutura única retalhistas independentes de pequena dimensão e grossistas, capaz de se opor ao aparecimento das grandes cadeias de distribuição da Europa, Fernando Martins resolveu integrar o Fomento Eborense na referida rede. 

Para o efeito mandou construir, na Avenida Leonor Fernandes, num terreno baldio junto a um posto gasolineiro que ainda hoje ali se mantém, um edifício adequado à função, de cujo projecto se encarregou o desenhador Daniel Ribeiro Sanches. Quase simultaneamente são lançadas as pastilhas elásticas “Pirata”, produção da Fábrica, as quais, correspondendo à febre de mascar que assaltou a mocidade do tempo, obtêm um estrondoso sucesso. Como meio de apoio à promoção do produto foi criada em 1965 a revista do mesmo nome, que publicava banda desenhada, histórias, passatempos e concursos e tinha um espaço, reservado ao Clube, de publicitação paralela, que chegou a reunir 90 mil sócios. Durou catorze anos e marcou a entrada em funções na empresa da mulher de Fernando Martins, Maria Fernanda Vargas Alves Martins, directora da revista, e da sua filha, Maria Luís (Milucha), então já casada com António Maria Bustorff Silva, um bom vivant ligado a uma família bem conhecida do regime salazarista.


Durante cerca de duas décadas o Fomento Eborense vive o seu período de apogeu. Mas se muito se facturava, também muito gastava na estúrdia lisboeta o casal, com segunda casa na capital. A férrea gestão anterior eclipsou-se. Seisdedos Maldonado, péssimo na relação com os empregados mas competente como administrador, aproveitou um convite de Lisboa e abalou. O 25 de Abril de 1974 causou as primeiras brechas num sistema cuja solidez já conhecera melhores dias. A SPAR abandonou Portugal, pois as regras do jogo no comércio alimentar foram mudadas e a gestão do supermercado foi atribuída a quem não possuía conhecimentos para tal.

Entretanto o casamento de Milucha estoirara. O segundo matrimónio da jovem viria a revelar-se fatal para o destino da empresa. Maria Luís viria a falecer na sequência de um parto, já após ter dado à luz um rapaz. Dilacerado pela dor, o casal deixou de ter condições psicológicas para gerir a empresa. Tudo se precipitou. Daí ao descalabro foi um passo. A fábrica e as pastilhas ainda resistiram por mais algum tempo, mas o Fomento Eborense acabou por cerrar portas em definitivo, em princípios dos anos 90. O processo administrativo de dissolução e liquidação, que decorreu na 2ª. Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, só foi concluído, contudo, em Setembro de 2009.

Texto: José Frota
Fotografias de Arquivo Fotográfico Municipal