segunda-feira, 21 de maio de 2018
domingo, 20 de maio de 2018
Solar da Oliveira
Nas antigas terras realengas da Valeira, obtidas por escambo com a vila da Vidigueira, instituiu o arcebispo de Braga D. Martinho de Oliveira, eborense muito ilustre e antigo cónego da sua Sé, segundo cédula testamentária lavrada no convento dos frades menores de S. Francisco de Lisboa, em 13 de Agosto de 1286, o Morgadio da Oliveira. Foi seu primeiro administrador Pedro Pires de Oliveira, irmão do prelado, o qual fora mestre do príncipe D. Afonso, futuro rei D. Afonso IV, distinto erudito e embaixador nas cortes de Roma e de Espanha. No ano de 1397 o vínculo personificado no ex-alcaide de Évora Álvaro Mendes de Oliveira, exilado e ao serviço de Castela, foi confiscado por D. João I e entregue a Rodrigo Álvares Pimentel, cavaleiro dedicado à causa nacional.
A propriedade (anexa, ulteriormente, com mais terras à herdade de Sobrados, outro morgado fundado pelo Bispo de Lamego D. Rodrigo de Oliveira, irmão do instituidor da Oliveira), nos últimos anos do reinado de D. Manuel pertencia ao fidalgo Martim Afonso de Melo de Miranda e era gerido por Henrique da Mota, que nela recebeu, muitas vezes, os infantes D. Henrique e D. Duarte, na sua juventude, como se sabe através da obra biográfica deste último príncipe feita por Mestre André de Resende. Nos meados do séc. XVII era governado pelo morgado Luís Francisco de Oliveira e Miranda, casado com D. Luísa de Távora, fundadora do Convento de Cardais, de Lisboa, em 1681. Presentemente, é património dos Saldanhas Zuzarte Figueira e Sousa, Condes de Rio-Maior. Do primitivo solar pouco subsiste de interesse arqueológico, porque nos meados do século passado, em hora infeliz, um herdeiro determinou o alindamento e modernização do palácio (obra que ficou incompleta por motivos desconhecidos), mascarando completamente o edifício com alienação da veneranda construção rústica de antanho.
Do pouco que não foi destruído, destacam-se alguns portados de granito: um de ogiva chanfrada, que deita para o pátio do corpo principal (lado norte), de desenho e características quatrocentistas, sobrepujado pela pedra de armas dos actuais donatários, de mármore; outras portas dos tipo românico e gótico no rés-do-chão, aquela arquitravada e de impostas do período decadente, obstruídas; alguns cunhais de cantaria lavrada, restos de escadas exteriores e várias salas do piso térreo cobertas por tectos nervurados, de aresta viva, apoiados em mísulas grosseiramente esculpidas. A escada, que comunica com os pisos altos é antiga e do sistema mediévico, correndo no endossamento da parede, com caixa de aberturas chanfradas mas modificada nas obras recentes. Antecede o pátio solarengo, para a banda do ocidente, robusto e alto muro de alvenaria recoberto no cornijamento por friso de merlões do estilo manuelino, no qual se abre amplo e rústico portado de pedra facetada, de configuração rectangular, sotoposto a pequeno nicho desornado do padroeiro, quiçá S. Martinho ou Santo António, este último, orago da capela. Abre-se esta no topo sul da mesma frontaria, no prolongamento do lamentável pavilhão moderno, com dupla faceira de janelas de arcos lanceolados, e conserva o antigo portado exterior, de vergas e lintel graníticos entre possantes contrafortes de alvenaria. Sobranceiro, vetusto e poético cruzeiro marmóreo. Curioso capitel românico, octogonal, de granito, com 50 cm. de alto, ornamentado por pinhas estilizadas e folhas de parra, servindo de assento, subsiste na entrada do templete, denunciando quão imponente seria a primitiva construção de tal fragmento decorativo.
A capela, de uma nave de planta rectangular, está ligada ao paço através da tribuna dos donatários, aberta com três arcos de lanceta, de colunas dóricas. Tem tecto de penetrações e todo o interior foi completamente renovado nos fins do séc. XIX. Na parede fundeira do coro, em tela de factura medíocre, expõe-se o retraio pintado a óleo do fundador, D. Martinho de Oliveira, segundo cópia de 1783 da galeria da Catedral de Braga, com a particularidade documental de mostrar a personagem segurando uma planta panorâmica do solar da Oliveira, interessante, sobretudo, pelo debuxo que deu origem à desastrosa modificação da centúria passada. Muito pobres são os dois altares colaterais, dedicados a S. Luís e a Santo António, abertos em nichos nas paredes, sendo a imagem deste boa peça de madeira estofada e dourada, do séc. XVII.
Ao lado subsiste modesta caixa de esmolas, figurada pela pintura popular de S. Martinho. Bom exemplar de arquitectura clássica, embora de traça provincial, é o presbitério, cronografado de 1567, de pórtico rectangular aberto por arco de volta redonda, com aduelas almofadadas e armorejadas de símbolos da casa e apoiado sobre colunas dórico-toscanas, de granito, A cúpula, de secção ovóide, está igualmente decorada por tabelas brasonadas, de estuque. O retábulo do altar compõe-se de preciosa tábua pintada a óleo, de c.ª 1560, de temático da Assunção da Virgem, muito carregado de vernizes por restauro hodierno do pintor Carlos Reis, mas do maior interesse pictural, com intenso movimento de personagens e delicioso rancho de anjos músicos e cantores. O painel, que mede de altura 2 m x larg. 1,20 m., manifestamente peça barroca do maneirismo flamengo, pertence ao núcleo oficinal eborense dessa época.
O Padre Eterno, predela sobrepujante, também pintado sobre madeira e emoldurado com pilastras estriadas, do estilo jónico, completa o conjunto do altar, além das imagens correntes do Calvário e Santo António, de lenho policromo e N.ª S.ª do Rosário, antiga, mas de roca. Dos estimados jardins do solar, perdidos actualmente, existem restos de alegretes, fontes e cascatas, uma grande taça gomeada, de granito, pináculos e vasto tanque lajeado, ornamentado com leão de pedra no rebordo, servindo de gárgula, e outros vestígios artísticos de uma opulência que a história largamente assinalou e os homens deixaram perder.
BIBL. Cónego Abel M. Ferreira, Archivo Eborense - Secção Extraías, pág. 55; António Francisco Barata, Évora e seus Arredores, págs. 29-31; Túlio Espanca, Património Artístico do Concelho de Évora, págs. 96-99.
Carminho, Virgem Suta, Linda Martini e os eborenses ATOA na Feira de S. João
A fadista Carminho que se notabilizou, entre outras músicas, pela interpretação de "Perdoname", com Pablo Alborán, através do qual se tornou na primeira artista portuguesa a atingir o número um do top espanhol, e os eborenses ÁTOA, autores dos sucessos Já Não, Distância ou Um Pouco de Sol, são alguns dos artistas que irão atuar da Feira de S. João deste ano, que irá realizar-se de 22 de junho a 1 de julho, juntamente com os bejenses Virgem Suta ou Linda Martini.atoa (1).jpg
Carminho, que atualmente anda em digressão mundial com os discos "Canto" e "Carminho canta Tom Jobim", irá atuar no palco principal da Feira de S. João no dia 27 de Junho (quarta-feira), enquanto os "filhos da terra" irão apresentar os álbuns Sem Noção e Idade dos Inquietos, dois dias antes, ou seja segunda-feira, 25 de Julho.
Subordinada ao tema "A Paz e os 100 anos do Armistício", a Feira de S. João 2018 contará ainda com as atuações, no palco do Jardim Público, da Orquestra de Jazz de Évora (dia 24), Samuel Úria + Daniel Catarino (dia 26), Linda Martini (28), Homenagem a Francisco José /Orquestra do Alentejo (29), Júlio Pereira + Jon Luz (30) e Virgem Suta (01). Dia 23 de junho está agendado um encontro de Ranchos Folclóricos com: Flor do Alto Alentejo; Fazendeiros de Montemor-o-Novo; e Grupo de Danças e Cantares Pioneiros de Vendas Novas.
A edição deste ano da Feira de S. João contará, em paralelo, com as comemorações do 66º Aniversário da Força Aérea, estando previstas inúmeras iniciativas.
Em termos de ordenamento, a Feira de S. João apresentará como novidade a deslocação do espaço desportivo para a frente do Monte Alentejano, que contará com um ecrã gigante para a visualização dos jogos do Mundial de Futebol, e a chamada "rua dos sapatos" deixará de existir tal como a conhecemos até hoje. Os vendedores deste tipo de mercadoria ficarão situados no interior do Rossio de S. Brás.
No recinto da feira estará ainda patente ao público uma exposição especialmente dedicada aos 100 anos do armistício.
http://www.cm-evora.pt/pt/Evora-Noticias/arquivo/Paginas/Carminho,-Virgem-Suta,-Linda-Martini-e-os-eborenses-ATOA-na-Feira-de-S--Jo%C3%A3o.aspx
sexta-feira, 18 de maio de 2018
Porquê ler os clássicos hoje?
Horário: 16h30
Evento: 19 maio
Localização: À da Maria Mercearia - Rua do Cano, 37
A cultura ocidental, herdeira natural da antiguidade greco-romana encontra nos clássicos dessa época os primeiros passos para a reflexão do papel do homem na sociedade e no mundo, servindo de modelo para a escrita literária ao longo da História. De Homero a Dante, Shakespeare, Cervantes, Camões, Tolstoi ou Fernando Pessoa, todos constroem a partir dessa fonte original, um manancial de obras consideradas universais que alicerçam a nossa cultura levando-nos a viajar pelo seus mundos, que se tornam muitas vezes o nosso mundo. Falar da literatura clássica é falar sobre a oralidade, o verso e a palavra escrita. Dos livros que lemos ou ainda gostaríamos de ler, dos momentos de prazer que nos proporcionam, das lições de vida que deles colhemos, do enriquecimento do nosso processo de socialização na partilha de um bem comum dado que os clássicos são sempre atuais.
O Projeto ENTRE LINHAS, dinamizado mensalmente por Maria Eduarda Sousa, Ivone Girbal e Vicente de Sá, pretende cruzar as dimensões culturais dos recantos das diversas artes e das suas manifestações na sociedade em geral, num dinamismo significativo de opiniões e saberes entre os seus participantes. Intenta, também, recuperar o espírito de tertúlia na qual a partir de uma provocação a conversa fluía espontaneamente
Organização: Projeto Entre Linhas
Contacto: 956561434
quinta-feira, 17 de maio de 2018
Autarcas querem três paragens no distrito de Évora da futura ferrovia Sines/Caia
Os presidentes dos municípios do distrito de Évora defenderam hoje a criação de três plataformas de cargas e descargas no seu território da futura linha ferroviária de mercadorias entre Sines e a fronteira do Caia, perto de Elvas.
Numa tomada de posição enviada hoje à agência Lusa, o conselho intermunicipal da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), composto pelos 14 autarcas do distrito de Évora, propôs a criação de paragens em Évora, Vendas Novas e na zona dos mármores.
A existência de uma plataforma em Évora foi considerada pela CIMAC como de "importância fundamental", pela sua centralidade e por apresentar "um conjunto significativo de indústrias, onde se destacam as fileiras aeronáutica, tecnológica e da agricultura".
Os autarcas apontaram ainda a necessidade de se criada uma paragem em Vendas Novas para servir as indústrias da cidade, mas também devido à "posição estratégica" do concelho, que "permitirá a ligação entre a linha férrea do norte com a nova infraestrutura".
A CIMAC assinalou ainda "a relevância para o setor das rochas ornamentais" de uma plataforma na zona dos mármores, que abrange os concelhos de Estremoz, Borba e Vila Viçosa, para "dinamizar a comercialização e expedição rápida e eficaz dos produtos da extração e transformação de mármore".
Nesta posição, o conselho intermunicipal da CIMAC alertou para "a necessidade imperiosa de inscrever os subprodutos resultantes da extração de mármore da região nas especificações técnicas dos cadernos de encargos" para a construção da nova ferrovia, designadamente no que se refere ao enrocamento.
A CIMAC vai enviar a sua posição para os grupos parlamentares, ministros do Planeamento e das Infraestruturas, da Economia e do Ambiente e para a empresa Infraestruturas de Portugal (IP), entre outras entidades.
De acordo com a IP, o troço da nova linha ferroviária, entre Évora e a fronteira do Caia (Elvas), distrito de Portalegre, que integra o Corredor Internacional Sul, terá uma extensão total de cerca de 100 quilómetros, 80 dos quais de construção nova, em via única eletrificada sobre plataforma para via dupla e preparada para receber a bitola europeia.
O projeto é apoiado por fundos comunitários através do programa Mecanismo Conectar Europa, ao abrigo de contratos de cofinanciamento com comparticipações que variam entre 40 e 50%.
A nova ferrovia entre Évora e a fronteira de Caia custará, ao todo, nos próximos anos, mais de 500 milhões de euros.
A obra de construção da nova linha deverá começar até março de 2019 e a conclusão está programada para o primeiro trimestre de 2022, num custo de 509 milhões de euros (quase metade provenientes de fundos europeus), segundo o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas.
O Plano Ferrovia 2020, que promove as ligações com Espanha e a modernização dos principais eixos ferroviários, engloba, no total, um investimento superior a dois mil milhões de euros, dando especial destaque ao transporte de mercadorias e ao transporte público de passageiros.
https://www.dn.pt/lusa/interior/autarcas-querem-tres-paragens-no-distrito-de-evora-da-futura-ferrovia-sinescaia-9350654.html
Comemoração do Dia Internacional dos Museus
Horário: 17h
Evento: 18 maio
Localização: Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida
O tema proposto pelo ICOM para a celebração do Dia Internacional dos Museus em 2018 coloca-nos sob o signo da hiperconectividade. Sabendo que vivemos num imenso hipertexto, o que fazemos são permanentes ligações à rede de saberes que ligam tradição, património e criação contemporânea, num diálogo pleno de desafios face aos modos de pensar o passado, equacionar o futuro e viver o presente. São esses os desafios que este programa apresenta:
17h00
VISITA GUIADA à exposição WAH! (We Are Here!)
Com o curador José Alberto Ferreira
Centro de Arte e Cultura
Participação gratuita mediante inscrição prévia*
18h00
CONCERTO com Diana Combo
'Desacordo'
Diana Combo apresenta em estreia uma performance que combina sons gravados, a partir das recolhas existentes, com intervenções ao vivo de percussão e voz. Entre tradição e invenção, um concerto que se inscreve em profundidade nas nossas redes de saberes.
Centro de Arte e Cultura, jardim tardoz
Entrada livre
21h30
VISITA GUIADA ao Paço de São Miguel
Páteo de São Miguel
Participação gratuita mediante inscrição prévia*
Organização: Fundação Eugénio de Almeida
Contactos para informações e marcações: 266748300/350 | servicoeducativo@fea.pt
quarta-feira, 16 de maio de 2018
A SHE Convida: João Baião
Horário: 22h30
Evento: 16 maio
Localização: Sociedade Harmonia Eborense
A SHE convida João Baião para uma noite de improvisação. Mais uma grande noite na SHE com Imperial a 0,80€ e a começar às 22h30! Não percas a oportunidade de beber um copo e ouvir tocar alguns dos melhores músicos da cidade!
Organização: Sociedade Harmonia Eborense
Apoios: Câmara Municipal de Évora | Super Bock
Câmara termina loteamento Villas Alcaide
O Presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, acompanhado pelo vice-presidente da edilidade, João Rodrigues, e do vereador Eduardo Luciano, visitou esta segunda-feira de manhã a empreitada de conclusão das infraestruturas do loteamento Villas do Alcaide – Bairro de Almeirim.
O edil constatou, assim, “in loco”, o andamento desta obra que, para além da repavimentação das diversas artérias, incluiu ainda a criação de uma zona de lazer onde, doravante, os moradores poderão usufruir para atividades físicas diversas (caminhada, corrida…). Para além dos espaços exteriores por acabar naquele loteamento de iniciativa privada, o Município está também a proceder à repavimentação de artérias e de vias de ligação, prevendo-se que venham a beneficiar também os habitantes do Bairro de Almeirim, Cabeço do Arraial e os trabalhadores do Parque de Indústria Aeronáutica de Évora.
“Esta obra significa a resolução de um dos 17 loteamentos que herdámos, que estava incompleto, e envolto num processo administrativo muito complicado, e que, graças à caução e à posse administrativa, a Câmara Municipal de Évora pode agora terminar”.
“Este é o primeiro passo no sentido de resolver todos os problemas relacionados com loteamentos parados, por razões diversas”, disse ainda Carlos Pinto de Sá, que depois se deslocou para o Parque de Indústria Aeronáutica, onde visitou a obra de expansão do mesmo. Neste caso, a obra consiste na criação de arruamento e de infraestruturas que permitirão aumentar a capacidade do Parque e acolher empresas com as quais já estão a ser negociados terrenos para desenvolvimento de atividade ligada à indústria aeronáutica.
“Esta obra é essencial para que as empresas se possam aqui instalar. A nossa preocupação é que a mesma tivesse início em tempo útil, e com o devido Visto do Tribunal de Contas, o que já sucedeu, estando prevista a sua conclusão ainda durante o presente ano. Posteriormente, a edilidade ficará com mais um conjunto de lotes para disponibilizar no Parque Aeronáutico”, salientou.
http://www.cm-evora.pt/pt/Evora-Noticias/arquivo/Paginas/C%C3%A2mara-termina-loteamento-Villas-Alcaide.aspx
Em reunião pública extraordinária de 14 de Maio: Câmara de Évora aprovou parecer referente ao troço ferroviário Évora/Évora Norte
Em reunião pública extraordinária, a Câmara Municipal de Évora aprovou o parecer camarário referente à discussão pública do estudo de impacto ambiental do troço ferroviário junto à cidade de Évora.
As conclusões do parecer foram consensualizadas e destacam:
- O abandono do Corredor 0 que atravessava a cidade e foi objecto de contestação geral.
- A rejeição do Corredor 1 que mantem uma travessia indesejável da cidade.
- A identificação dos impactos negativos dos Corredores 2 e 3 ainda que ultrapassem os principais problemas de atravessamento da cidade.
- A insistência na reconsideração do Corredor 4, abandonado no estudo, que se aproxima do traçado do IP2 e que minimizava os impactos ambientais, económicos e sociais da ligação ferroviária.
- A reafirmação da necessidade de incluir uma estação/cais ou zona logística de mercadorias para o desenvolvimento de Évora e da região.
- Sugerir um estudo sobre a possibilidade de uma variante à cidade que afaste mercadorias perigosas sem pôr em causa a ligação ferroviária.
A Câmara Municipal de Évora registou com agrado o esforço para se encontrar alternativas reais ao atravessamento da cidade e sublinhou a importância da solução que vier a ser escolhida garantir a redução dos impactos negativos identificados ou a identificar, bem como medidas de mitigação.
O referido parecer foi aprovado por maioria, com duas abstenções do PS, explicando que tal decisão se deveu a questões formais e não de conteúdo.
"Maria By Callas" de Tom Volf
Horário: 18h e 21h30
Evento: 16 maio
Localização: Auditório Soror Mariana
Pela primeira vez, 40 anos depois da sua morte, a mais famosa cantora de ópera conta a sua história – nas suas próprias palavras. Um filme a partir de filmagens inéditas, fotografias nunca vistas, filmes em super 8 pessoais, gravações ao vivo privadas, cartas íntimas e raras imagens de arquivo a cores, pela primeira vez. Com imagens e filmagens de Maria Callas, Vittorio De Sica, Aristotle Onassis, Pier Paolo Pasolini, Omar Sharif, Marilyn Monroe, Alain Delon, Yves Saint-Laurent, J.F. Kennedy, Luchino Visconti, Winston Churchill, Grace Kelly e Liz Taylor, entre outros.
For the first time, 40 years after her death, the most famous opera singer tells her story - in her own words. A film from unreleased footage, never seen photos, personal super 8 movies, private live recordings, intimate letters and rare color file images.
França, 2017
Duração: 113'
Classificação: M/12
Trailer: https://vimeo.com/259677878
segunda-feira, 14 de maio de 2018
domingo, 13 de maio de 2018
Real Celeiro Comum do Monte da Piedade
O Depósito de Pão do Concelho, o primeiro instituído em Portugal, deveu-se ao rei D. Sebastião, por alvará de 20 de Julho de 1576 e foi instalado, a título provisório, nas torres do castelo manuelino por empreitada dada aos mestres de pedraria Mateus Neto e Francisco Gil no ano imediato e terminada por Brás Godinho na década seguinte. As vultuosas obras de adaptação deste edifício militar para Quartel de Dragões de Évora, segundo determinação real de D. João V em 1736, impuseram o estudo de transferência dos depósitos de trigo para lugar definitivo e o monarca, interessado em instalar condignamente os cereais do mais poderoso produtor nacional - o Alentejo deu plenos poderes à Junta nomeada para construir edifício que honrasse pela sua arquitectura e proporções a monarquia portuguesa. Para o efeito adquiriu-se um talhão de moradias situadas entre a Rua do Paço e o Largo de S. Francisco, que compreendiam os restos do palácio quinhentista de D. Jorge de Lencastre, Duque de Coimbra e filho natural de D. João II. Todavia, a construção, planeada nos últimos anos do reinado do Magnânimo só teve início no ano de 1773, sob assistência do Corregedor da Comarca Dr. João de Faria da Costa e Abreu Guião e foi concluída em 1780. Desde 1744, porém, que o Celeiro funcionava, com feição precária, no edifício do Trem (Palácio de D. Manuel).
Foi tracista do novo imóvel o mestre pedreiro João Baptista e acessores Brás da Silva, António Baptista e Sebastião Rosado; oficiais de cantaria João de Sampaio e João da Silva; ferreiro Francisco Cardim; mestre de carpintaria João Crisóstomo; dos fomos e arranque da pedra. Sebastião José e Angelo Henriques e pintor João Baptista. Vedores: deputados cónego João Pedro Stokier e Estêvão Mendes da Silva. A obra importou em 20 000 cruzados. No ano de 1821 sofreu grandes benefícios assistidos pelo oficial de pedraria Manuel Joaquim dos Santos. O Regimento de 1576 vigorou até 1852, apesar de, após a restauração liberal de 1835 a Câmara, por sentença estadual que extinguiu a Junta primitiva, entrar na administração do Estabelecimento com as necessárias alterações. Estas foram, sucessivamente, modificadas com as Portarias e Leis de Outubro de 1852, Julho e Agosto de 1854, Julho de 1863 e Julho de 1898. A fachada axial, voltada ao lado sul e sobranceira à ermida de S. Joãozinho, é uma nobre empena decorada por janelas de sacada, de granito emoldurado e com frontões triangulares, defendidas por elegantes balcões de ferro forjado, do estilo rocócó.
Formoso portado, também de granito, em linhas dum barroquismo seco mas monumental, compõe o centro, ladeado por pilastras que atingem as cornijas bem salientes do edifício, que é coberto com telhado de quatro águas donde rompem mansardas do tipo característico da arquitectura pombalina. O portal propriamente dito, de arco lanceolado, envolvido por ornatos aconcheados e volutas, onde assenta o armorial da casa reinante portuguesa, de mármore branco, está centrado por jambas apilastradas, de filetes e mísulas de enrolamento, do género vegetalista, terminadas em ábacos de porte muito acentuado, sobrepujadas por fachos de belo efeito ornamental. Estantes e lateralmente ao brasão, duas tabelas enroladas em forma de pergaminho exibem a inscrição: CELLEIRO COMM UM F.TO P.ª UTIL.DE P UBLICA POR ORD EM DE S.M.F.SEND O INSPECTOR E D EPUT.DO O DZ.DOR JOÃO JOZE DE F.ª DA COSTA E ABREU GUIÃO CORR.OR DESTA COMARCA E DEPUTADOS DE MESMO CELL EIRO O CONICO JOÃO PEDRO ST OCOLER E ESTE UÃO MENDES DA SILV.RA CID.ÃO DEST A CI.DE ANNO D 1777.
O Real Celeiro Comum é constituído pelo depósito, em si, e pelas sala de sessões, sala vaga, cartório e moradia do tesoureiro, com suas dependências cómodas mas vulgares, que compreendem o piso alto e se atingem através da escadaria principal, coberta de abóbada em 1778 e que termina em patamar de três entradas, de vergas de granito trabalhado, com molduras salientes e reentrantes terminadas em empenas de cunha. São do puro estilo português do derradeiro período de D. João V. As portas, de madeira esculpida e almofadada, com seus painéis e filetes, conservam as fechaduras e espelhos originais, coroados, de latão. Verdadeira grandeza tem o depósito do trigo, amplíssimo salão de planta rectangular, onde se recolhiam cerca de cinco milhões de quilos do precioso cereal. Construído em alvenaria, é formado por um rectângulo de 30,10 m de comprimento, 21,60 m de largura, e 6,25 m de altura, com quatro naves de cinco tramos divididos por pilares de secção poligonal, de cornijas muito acentuadas e fechado por abóbada de penetrações, com arcos redondos de aduelas almofadadas. As doze colunas centrais assentam em robustíssima sapata de granito, e estiveram recobertas de alvenaria de 1821 a 1962. A iluminação da dependência faz-se por vastas janelas rectangulares, emolduradas, vulgares. O edifício está ocupado ao presente pela Direcção-Geral dos Serviços Agrícolas - Brigada Técnica da XII Região - e pela Federação Nacional dos Produtores de Trigo.
BIBL. Tombos mss. do Celeiro Comum. Sécs. XVI-XIX. Arquivo Distrital de Évora.
Subscrever:
Mensagens (Atom)